Diferentes instituições de Lavras se reuniram para construir uma programação conjunta em celebração ao Mês das Mulheres. A programação se estenderá ao longo de março e início de abril, com eventos abertos ao público e ações voltadas a grupos específicos. A programação visa não apenas celebrar a data, mas também estimular reflexões sobre gênero, raça e classe, promovendo um espaço de diálogo e valorização das mulheres. O objetivo é envolver a comunidade universitária e a população de Lavras em ações educativas, culturais e de debate, incentivando a participação ativa na construção de uma sociedade mais igualitária.

A programação é uma realização da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Prefeitura Municipal de Lavras, Associação dos Docentes da ������Ƶ(Adufla), Sindicato dos Técnicos Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino de Lavras (Sindufla) e Coletivo Mães da UFLA. 

Confira a programação completa:

Palestras: autoamor como um ato político e discussão sobre violência doméstica

• Data: 7 de março (sexta-feira)
• Horário: 13h
• Local: Salão de Convenções da UFLA
• Palestrantes: Camila Rosa e Marcela Cristina Oliveira
• Público: Aberto ao público geral, com foco especial em colaboradoras terceirizadas

Encontro do grupo de leitura - Leia Mulheres Lavras

• Data: 18 de março (terça-feira)
• Horário: 18h30
• Local: Biblioteca da UFLA
• Mais informações: Instagram - @leiamulhereslavras
• Público: Aberto a todos os públicos

Roda de conversa: limites e desafios no mundo do trabalho

• Data: 19 de março (quarta-feira)
• Horário: 14h
• Local: Centro de Convivência da UFLA
• Público: Aberto a todos os públicos

Visita de estudantes à ������Ƶe exibição do documentário 'As Irmãs do Sol'

• Data: 19 de março (quarta-feira)
• Horário: 9h
• Local: Campus Histórico da ������Ƶ(Museu de História Natural)
• Atividades: Exibição do documentário, palestra com a professora Karen Luz Burgoa Rosso e visitas ao Museu e à Casa da Magia da Ciência
• Público: Estudantes de escolas municipais de Lavras

Festa das estrelas

• Data: 20 de março (quinta-feira)
• Horário: 17h
• Local: Praça Dr. Jorge
• Público: Aberto a todos os públicos

Roda de conversa do Coletivo Mães da UFLA

• Data: 21 de março (sexta-feira)
• Horário: 16h
• Local: Brinquedoteca da ������Ƶ- DED
• Público: Aberto a todos os públicos
• Atividades: Ação brincante para crianças entre 2 e 10 anos, mediante inscrição prévia pelo e-mail brinquedotecaufla@gmail.com - até 17/3

Neste evento, as mães poderão levar seus filhos e suas filhas para usufruírem de uma ação brincante proposta pela Brinquedoteca, no mesmo espaço e tempo, permitindo a participação na roda de conversa com tranquilidade. A Ação Brincando com a Ciência será aberta para participação de crianças entre 2 a 10 anos e será necessário se inscrever com antecedência por meio do e-mail brinquedotecaufla@gmail.com, até 17/3, indicando o nome da criança, idade e nome da responsável. Limite de 30 crianças

Mostra de artistas mulheres

• Data: 24 a 28 de março
• Horário: 8h às 12h e 14h às 18h
• Local: Museu Bi-Moreira - Campus Histórico da UFLA
• Público: Aberto a todos os públicos

Roda de Conversa: contribuições do feminismo negro

• Data: 25 de março
• Horário: 18h30
• Local: Casa da Cultura 
• Público: Aberto a todos os públicos

Cine-Debate Mulheres

• Data: 27 de março (quinta-feira)
• Horário: 19h
• Local: Casa da Cultura
• Público: Aberto a todos os públicos

Palestra: autocuidado e saúde mental 

• Data: 28 de março (sexta-feira)
• Horário: 13h
• Local: Anfiteatro do DCA
• Palestrantes: Kátia Poles e Rose Botrel
• Público: Aberto ao público geral, com foco especial em colaboradoras terceirizadas

Mulheres nas Ciências Naturais: carreiras possíveis

• Data: 3 de abril (quinta-feira)
• Horário: 9h às 16h
• Local: Centro de Biodiversidade e Patrimônio Genético (Centro de Coleções)
• Público: Aberto a todos os públicos

Foi realizado, no dia 25/6, o encerramento da terceira edição do projeto "EduCom Ciência", desenvolvido pela Diretoria de Comunicação da Universidade Federal de Lavras (Dcom/UFLA), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig). O projeto, que tem o objetivo de promover a formação de jovens comunicadores e divulgadores científicos, contou, nesta fase, com a participação de estudantes da Escola Estadual Sara Kubitschek, do município de Carrancas (MG). Estiveram presentes na cerimônia de encerramento familiares e colegas das participantes, além da direção da Escola.

Para a produção dos vídeos que serão publicados nas redes sociais da ������Ƶno segundo semestre de 2024, as participantes do projeto realizaram a apuração dos temas selecionados, por meio de entrevistas com pesquisadores da Instituição, escreveram roteiros e fizeram filmagem e edição de vídeo. Os temas de pesquisa selecionados pelas participantes abrangem a importância da concentração no Taekwondo, a presença de um animal de estimação para reduzir os efeitos da ansiedade e a construção da carreira de mulheres negras.

Os pesquisadores e pesquisadoras que contribuíram para o processo de apuração foram a mestranda em Nutrição pela Faculdade de Ciências da Saúde (FCS/UFLA), Mariela de Abreu; o professor da Escola de Engenharia, Fabio Domingues de Jesus; a professora da Faculdade de Educação, Linguagens e Ciências Humanas (Faelch/UFLA), Vera Simone Schaefer Kalsing; e a mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) e coordenadora geral do Colégio de Aplicação da ������Ƶ(Cap/Nedi), professora Letícia Silva Ferreira. “Para um estudante do ensino médio, a tarefa de apurar informações sobre um estudo científico é um grande desafio, e, sem a receptividade e boa vontade dos pesquisadores da Universidade, o trabalho não seria possível. Essa disposição em colaborar para um formação em prol da Comunicação Pública da Ciência terá, com certeza, reflexos importantes no futuro para a percepção pública acerca das atividades científicas", comenta a jornalista Ana Eliza Alvim, coordenadora do projeto.

Particularidades da edição 2024/1 do projeto

Para atender as participantes que eram de outro município, o projeto passou por adequações no formato e no agendamento das oficinas, considerando o deslocamento das estudantes carranquenses. As atividades, que antes eram realizadas durante a semana, passaram a ser realizadas aos sábados. Apesar dessa reestruturação, o objetivo do projeto continuou o mesmo: produzir, ao fim da formação teórica, vídeos com informações científicas sobre temas de interesse das participantes. A jornalista Greicielle Santos, que integra a equipe da Dcom/������Ƶe participa desde a primeira edição, enfatiza que tem sido uma experiência única a cada fase, principalmente ao considerar as adequações feitas para atender a públicos diversos.

“A cada reunião de planejamento do projeto, observamos a necessidade de adequar a metodologia das oficinas a fim de atender a diferentes públicos, mas sempre priorizamos a qualidade dos conteúdos que serão trabalhados e a dinamicidade das atividades. Além disso, a prioridade é que sejamos mediadores nesse processo de ensino-aprendizado, e que nossos jovens comunicadores tenham autonomia na seleção de pautas e no processo de produção do vídeo final, o que nos tem deixado muito satisfeitos com o resultado dos produtos audiovisuais desenvolvidos por eles”, ressalta Greicielle.

A proposta de realizar o projeto com as estudantes de Carrancas ocorreu por meio da mediação da mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE/UFLA), Dalila Auxiliadora Garcia de Oliveira, que realizou parte de sua pesquisa com as estudantes de Carrancas, buscando abordar a produção de cinema por mulheres negras. “ As oficinas com as estudantes foram permeadas pelos debates iniciais que fizemos durante uma fase da minha pesquisa de dissertação, permitindo que as alunas levantassem discussões e pautas a partir do que haviam compreendido. Essa trajetória em que as questões de gênero e étnico-raciais (entre outros temas) foram pensadas em vários aspectos, dentro e fora do contexto escolar, abriu caminhos para que as estudantes se envolvessem ainda mais com o audiovisual, tornando-se proativas, desenvoltas e comunicativas, e a minha pesquisa foi tomando forma a partir das vivências práticas delas e com elas”, explica Dalila.

Aproximação da Universidade

Algo que chama a atenção da equipe da Diretoria de Comunicação da ������Ƶé que o projeto tem promovido a aproximação entre os estudantes e o ambiente acadêmico. Nas três edições realizadas até o momento, os participantes relataram se sentir acolhidos pela ������Ƶe, a partir desse momento, começam a se ver ocupando esse espaço como futuros estudantes de graduação. “Foi incrível participar desse projeto. Com toda certeza, marcou minha vida. Desde o começo do projeto, eu me questionei sobre minha atuação e papel na sociedade como mulher negra, e principalmente por produzir um vídeo que aborda a construção da carreira da mulher negra dentro do ambiente acadêmico. Conhecer a Universidade, os projetos e as pessoas que estão lá dentro só me fez querer ainda mais estudar na UFLA. Eu me senti em casa, mudou muito a minha vida. Foi uma realidade muito diferente da que vivo em Carrancas. Foi algo incrível”, comenta a participante do EduCom Ciência Maria Cecília Silva Rocha.

Para a vice-diretora da Escola Estadual Sara Kubitschek, Sthefany Christine Alcântara Leite, a parceria entre escola e universidade é de extrema importância para estudantes do ensino médio de escolas públicas. “Essa interação promove vivências que não apenas complementam o aprendizado em sala de aula, mas também contribuem para o desenvolvimento de habilidades essenciais para o futuro. A proximidade com a Universidade e a oportunidade de interagir com diversos profissionais de diferentes áreas aumentam as chances dos estudantes se sentirem mais preparados e pertencentes a esse meio. Para nossas alunas, a experiência em participar deste projeto foi transformadora. Ao longo desses meses, pude acompanhar o desenvolvimento delas e observar o entusiasmo a cada ida à ������Ƶpara as oficinas. Hoje, estão mais seguras e motivadas a seguir uma carreira acadêmica”.

Próxima edição

A equipe da Dcom/������Ƶrealizará, no próximo semestre, as oficinas do projeto EduCom Ciência com estudantes da Escola Estadual Dora Matarazzo, em Lavras. De acordo com a coordenadora das atividades, o contexto de aplicação da metodologia da educomunicação será diferente dos semestres anteriores, o que exigirá um novo planejamento e trará novos aprendizados à equipe de trabalho. “Ao final de seis edições, tendo trabalhado com a educomunicação para a divulgação científica em situações distintas e com diferentes públicos, esperamos poder consolidar uma metodologia que indique um caminho para que essa seja uma prática mais comum com os jovens do ensino médio, a ser utilizada inclusive por outros projetos de extensão”. 

Também integram a equipe da Diretoria de Comunicação que realiza as oficinas do projeto EduCom Ciência: Ivan Ferreira, Pedro Henrique Cardoso e Rodrigo Alves.

Saiba mais sobre o projeto

O objetivo do projeto é que os próprios estudantes possam aprender, amparados pela equipe da UFLA, a produzir conteúdos em vídeo sobre temas do cotidiano a partir da perspectiva científica. As atividades terão duração de três anos e, em cada semestre, estarão vinculadas a uma instituição de ensino. O projeto EduCom Ciência integra o projeto institucional "Prosas na Ciência: contribuições da ������Ƶrumo ao processo dialógico da Comunicação Pública da Ciência".

Em cada oficina, os estudantes são estimulados e orientados a levantar dúvidas em suas comunidades, apurar as informações científicas e entrevistar pesquisadores. Conteúdos como criação de roteiro, escrita jornalística, gravação e edição de vídeo fazem parte do planejamento das atividades. Os participantes estão sendo acompanhados por facilitadores e jornalistas da UFLA. A partir de metodologias ativas e do círculo de cultura, todo o planejamento das ações é realizado de forma coletiva entre as monitoras do projeto.

As edições anteriores foram realizadas com estudantes do Centro para Desenvolvimento do Potencial e Talento (Cedet) e da Escola Estadual Firmino Costa, do município de Lavras. Os vídeos produzidos pelos participantes já abordaram temas como o uso abusivo de álcool e outras drogas, descarte indevido do lixo, questões raciais, aquecimento global, entre outros.  

Já parou para pensar na dimensão da presença feminina na UFLA?  

Seja em atividades técnicas e administrativas, seja nas ações ligadas diretamente ao ensino, pesquisa e extensão, as mulheres estão presentes em números crescentes na história da Universidade. Somos mais de nove mil mulheres: graduandas, pós-graduandas, professoras, pesquisadoras, técnicas, funcionárias terceirizadas e aposentadas. 

Mas nem sempre foi assim. De 1908 a 1947, ainda como Escola Superior de Agricultura de Lavras, a Esal recebeu 399 alunos em seu curso de Agronomia. Todos homens. Apenas em 1948, quarenta anos depois, houve o ingresso da primeira estudante. Na virada do século XXI, as mulheres já eram 32,48% dos estudantes de graduação e, em 2011, pela primeira vez, o número de mulheres ingressantes ultrapassou o de homens: 54% dos novos alunos da época eram mulheres.

Atualmente, dos 10.054 estudantes ativos na graduação, 52% são mulheres! 

Na pós-graduação stricto sensu, em 2023, a presença de mulheres foi de 55% - em números absolutos, um total de 1072 mulheres nos 42 cursos de mestrado e doutorado. Nos cursos da pós-graduação lato sensu, dos 387 estudantes matriculados em 2023, 218 eram mulheres (56%). 

O fato é que estamos avançando em todas as áreas do conhecimento e essa não é uma luta entre homens e mulheres. O que celebramos é a presença feminina nos espaços que elas desejam estar. 

Quando falamos das servidoras na UFLA, a presença feminina também é crescente. Quando a Instituição foi federalizada, em 1963, eram 21 servidores homens e apenas uma mulher. Hoje, dos 1369 servidores, incluindo professores e técnicos administrativos que formam hoje o quadro da UFLA, 558 são mulheres (40%), sendo 318 professoras e 240 técnicas. 

Entre os funcionários terceirizados, a participação feminina também é de 40%. Dos 654 funcionários terceirizados, 267 são mulheres.  

Entre os 519 servidores aposentados, 142 são mulheres, sendo 33 docentes e 109 técnicas administrativas.

No Câmpus Paraíso, dos 118 estudantes, 33 são mulheres. Também há seis professoras, duas técnicas administrativas e oito funcionárias terceirizadas.

É sempre importante reforçar que cabe à universidade o acolhimento de todas as pessoas que se identificam com o gênero feminino. Somos uma Universidade que acolhe a diversidade e a pluralidade de ideias.

E, apesar do progresso notável da presença feminina em nossos câmpus, ainda é preciso lutar por pautas que extrapolam os muros da UFLA. Espaços seguros de trabalho e lazer, igualdade salarial, combate à violência doméstica, reconhecimento do cuidado e representação em cargos de liderança e na política são algumas das pautas cruciais. 

Seja qual for a sua luta, queremos que saiba que, aqui na UFLA, somos muitas, e juntas, podemos ser ainda mais!  

A Universidade Federal de Lavras (UFLA) aprovou o sistema de cotas para pessoas trans - travestis, transexuais e transgêneros. Será destinada uma vaga a mais, das já disponíveis pela Universidade, em cada curso de graduação nos câmpus de Lavras e São Sebastião do Paraíso. A ������Ƶé a primeira universidade a adotar tal iniciativa em Minas Gerais. 

Para concorrer às vagas reservadas, o candidato deverá ter concluído integralmente o ensino médio em escolas públicas; realizar as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem); inscrever-se em Edital próprio de Processo Seletivo específico; e autodeclarar-se como pessoa trans no momento da solicitação da matrícula inicial, conforme Edital do Processo Seletivo, por meio de formulário específico disponibilizado no endereço eletrônico da Diretoria de Registro e Controle Acadêmico (DRCA).

A pró-reitora de Assuntos Estudantis e Comunitários, professora Elisângela Elena Nunes Carvalho, esclarece que o candidato poderá concorrer à vaga pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e/ou pelo Processo de Avaliação Seriada (PAS). Ao ser selecionado, ele passará por uma avaliação interna, uma vez que as vagas reservadas são específicas da UFLA. "Essa seleção interna é necessária, pois as vagas reservadas são supranumerárias, ou seja, será uma vaga a mais das já disponíveis pela Universidade. Diante disso, o candidato precisa passar por uma classificação em caso de empate. No edital, a ser publicado, serão estabelecidos critérios para desempate. Na autodeclaração, o candidato apresentará, se necessário, a declaração de uma entidade, como, por exemplo, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), que já é uma associação reconhecida na comunidade T”, explica a pró-reitora.

A pró-reitora comenta que a aprovação dessa resolução mostra o comprometimento da Universidade com os princípios de equidade, diversidade e inclusão. “A luta continua, porque não é só aprovar a resolução, todo o sistema tem que ser operacionalizado. Nossa expectativa é de que essas vagas sejam ofertadas até 2024/2”, complementa.

Maria Montenegro Ramessés, egressa do curso de Direito da UFLA, explica que a proposta surgiu por meio de uma demanda da Clínica de Direitos Humanos do Departamento de Direito da UFLA, sob a orientação do ex-docente Fernando Nogueira. “O primeiro passo foi buscar apoio para a criação de uma comissão. Tivemos apoio da Aliança Nacional LGBT, de deputados e deputadas, além de outras universidades fora de Minas que já tinham cota para pessoas trans”. 

A comissão apresentou dados que comprovam a importância das cotas para pessoas trans em uma universidade federal. “O Brasil é o país que mais mata pessoas trans, por ser um grupo marginalizado que não está no mercado formal de trabalho. Há dados de que mais de 95% da população trans travesti do país tem que recorrer à prostituição como fonte de subsistência, ou seja, não há outra opção, se a pessoa quiser sobreviver. Essa coletânea de dados foi a justificativa que utilizamos para mostrar e demonstrar a pertinência do tema e a necessidade de adequação, de mostrar que essa é uma medida de igualdade”, explica Maria, que participou da comissão. 

Ela enfatiza que a criação das cotas é uma conquista, principalmente por ser uma mulher trans, negra, socioeconomicamente vulnerável, e uma das primeiras da família a ingressar no curso superior. “Para mim, entrar em uma universidade e não ver outras pessoas iguais é muito angustiante. A todo tempo, o recado que é passado, mesmo que subentendido, é de que aquele espaço não é para mim. Então, sim, isso é uma ampliação de direitos, uma ampliação de conquistas no sentido de inserir essa população, de demonstrar que, por sermos diferentes, não significa que somos menos gente, que não somos, por exemplo, seres humanos. Por sermos pessoas trans, por nascermos trans, por nos entendermos trans e por performar na sociedade como pessoas trans, nós não podemos ser punidas e punidos. Então, medidas de reparação histórica e de inclusão são necessárias”. 

A Universidade Federal de Lavras (UFLA) será palco do 24º Espetáculo Expressão, Música e Dança, vinculado à disciplina Atividades Rítmicas e Expressivas, dos cursos de graduação em Educação Física (Licenciatura e Bacharelado). O evento será realizado na segunda-feira (27/11), às 19h30, no Salão de Convenções da UFLA. O evento é livre para todas as idades, gratuito e aberto ao público interno e externo.

Com o tema “Musas da Música”, o objetivo é abordar o protagonismo das mulheres no âmbito musical, levando em consideração a voz, instrumentos, composição e/ou produção. Serão realizadas 14 apresentações, sete delas produzidas pelos estudantes da disciplina "Atividades Rítmicas e Expressivas" do curso de Educação Física da UFLA. As outras serão protagonizadas por grupos de dança da cidade, grupos de extensão da UFLA, participação de servidores, participantes externos e estudantes de outros cursos de graduação.

Integrado por estudantes de diferentes cursos da Universidade Federal de Lavras (UFLA), sob a coordenação dos professores do Departamento de Administração e Economia (DAE) José de Arimatéia Dias Valadão e Nathália de Fátima Joaquim, a Enactus ������Ƶparticipou do Evento Nacional Enactus Brasil com quatro projetos: MariArte, Religare, Niara e Uai Café (vencedor do Prêmio Alimentação em Foco).

O encontro contou com a participação de aproximadamente 60 equipes, que tiveram 12 minutos para apresentar soluções empreendedoras que combatem os mais diversos desafios enfrentados no País, alinhadas aos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU. Os projetos foram avaliados por executivos, gestores públicos e empreendedores.

Além de chegar pela primeira vez à semifinal do evento, a Enactus ������Ƶvenceu com o Projeto Uai Café o “ 2022'', uma parceria entre a empresa Cargill e Enactus BR. Esse prêmio tem como objetivo promover uma alimentação segura, sustentável e acessível por meio dos projetos participantes. Os projetos vencedores receberam uma bolsa de auxílio e mentoria para o seu desenvolvimento.

De acordo com a professora Nathália, essa foi uma grande conquista para a equipe na competição: “Nesse projeto trabalhamos a partir da lógica do comércio justo, estabelecemos uma relação direta entre o produtor e o comprador, de modo a garantir os direitos dos produtores e dos consumidores, tornando esse processo mais transparente e respeitoso entre as partes envolvidas. Nesta linha, a Enactus ������Ƶcompra o café dos agricultores familiares da região, pagando o preço. Isso é possível porque a equipe não atua como atravessadores (agentes de comercialização que atuam nas cadeias produtivas, como intermediários entre os produtores e os consumidores), uma vez que a Enactus não visa lucros, assim parte do dinheiro obtido com a venda desse café é investido para comprar mais produto para ser revendido e o  excedente é usado para capacitar outras famílias de agricultores que produzem café especial para que eles possam fornecer o café na qualidade adequada para participarem do projeto”. 

Outra conquista e orgulho do time foi a classificação da discente Renata Aguiar Figueiredo, líder do Projeto Uai Café, na final da competição Prêmio Universitário do Ano, por todo o seu comprometimento e pelos serviços prestados à Rede Enactus. A competição entre os universitários da rede é uma iniciativa do Enactus Brasil e da Dutch States Mines (DSM) Latam, que busca reconhecer os esforços dos universitários ligados à organização que se destacaram ao longo de 2021 e 2022. “Entrei na Enactus ������Ƶem 2018/2, e desde então, tive só conquistas incríveis. Uma delas foi chegar ao TOP 3 do Prêmio Universitário do Ano de 2022. Isso só foi possível graças a todas as experiências que a Enactus proporcionou em minha trajetória. Desenvolvi-me como pessoa e como profissional. Agradeço muito a organização por ter me apoiado e proporcionado tanto crescimento”, comenta Renata.

Um pouco mais sobre os projetos da Enactus

Projeto MariArte: (@mariartelavras): O projeto tem como missão o empoderamento de mulheres em situação de vulnerabilidade socioeconômica, por meio do convívio social e da produção e venda de produtos artesanais. O MariArte visa tornar as mulheres protagonistas de sua própria história, e todo o trabalho é guiado por princípios como a valorização do trabalho feminino, a dedicação, o comprometimento, o amor, o fomento ao espírito empreendedor e a segurança das impactadas.

Projeto Niara (@projetoniara_): O projeto Niara acolhe mulheres vítimas de violência decorrente de gênero, prestando assistência jurídica e psicológica. O time é formado somente por mulheres e garante total sigilo para quem recorre ao projeto. Por meio do site, o projeto recebe as vítimas e as encaminha às profissionais, conforme a necessidade, sendo disponibilizado de maneira segura, gratuita e eficiente. O Niara empodera para não silenciar. Acesse: projetoniara.com.br 

Projeto Religare: O Religare possui a missão de fortalecer nos jovens a vontade de sonhar e fornecer as ferramentas necessárias, que amenizem as discrepâncias em suas formações, por meio da promoção da educação de qualidade, facilitando o acesso a oportunidades de trabalho. O projeto tem como visão, ser uma ligação entre jovens universitários em situação de vulnerabilidade e melhores oportunidades no mercado de trabalho, o que é efetuado por meio da oferta e divulgação de cursos e capacitações que potencializam o desenvolvimento profissional dos impactados.

Projeto Uai Café (@projeto_uaicafe): O projeto conecta o pequeno produtor de café ao consumidor final por meio de uma marca de café especial, o Grão Uai, agregando valor a sua produção e gerando uma maior democratização das vendas. Já está em sua 3ª edição, auxiliando efetivamente famílias produtoras, contando suas histórias e alcançando sete estados brasileiros por meio do empreendedorismo social.

Texto: Mathews de Oliveira Silva- bolsista Proat/UFLA. Revisão: Camila Caetano, jornalista UFLA

A segunda edição da Expocafé Mulheres será um dos destaques da Expocafé 2022, que ocorre entre os dias 25 e 27 de maio. Este ano, o encontro irá ganhar uma versão presencial durante a feira, no Campo Experimental da Epamig de Três Pontas (MG).

A programação contará com palestras, painéis, minicursos, atendimentos personalizados e visitas técnicas guiadas, nas quais os expositores farão uma apresentação diferenciada de produtos e tecnologias para as cafeicultoras.

A grande novidade será a inauguração de um espaço para atender, de maneira presencial, as mulheres do café, com o intuito de dar mais visibilidade para a atuação feminina em toda a cadeia produtiva.

As novidades da programação da Expocafé 2022 e da Expocafé Mulheres podem ser acompanhadas pelo .

A Expocafé Mulheres tem como parceiras a Universidade Federal de Lavras (UFLA), a , a e a Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas ().

Expocafé 2022

Considerada a maior feira da cafeicultura no Brasil, a Expocafé reúne, anualmente, cafeicultores, representantes da indústria e visitantes diversos.

Este ano, a feira contará com atividades virtuais e presenciais. A programação terá início com o 3º Encontro Técnico, que será on-line no período de 10 a 12 de maio. O evento presencial começa no dia 24 de maio, com o 11º Simpósio de Mecanização da Lavoura Cafeeira, destinado a participantes previamente inscritos. Entre os dias 25 a 27 de maio, das 8h às 18h, a feira estará aberta ao público com atividades técnicas, demonstrações de campo e exposição de máquinas.

No dia 26/11. às 14h, o Programa Pró-Calouro realizará uma roda de conversa com o tema “Raça e Gênero na Universidade”. O evento contará com a presença da coordenadora do Setor de Diversidade e Diferenças, da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Comunitários (Praec) e docente do Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas (Icet), professora Amanda Castro Oliveira. Também estarão presentes na roda de conversa a docente do Instituto de Ciências Naturais Suzana Maria dos Santos Costa e o supervisor do Programa Bolsa-Calouro, o servidor técnico-administrativo Rossano Botelho. 

O evento é reservado exclusivamente para bolsistas do Programa Bolsas-Calouro e será transmitido pela plataforma Google Meet.

Imagem: Pexels

Texto: Mathews de Oliveira Silva, bolsista Proat. Revisão: Ana Eliza Alvim

O movimento Parent in Science, formado por cientistas de todas as regiões do Brasil, incluindo duas embaixadoras da Universidade Federal de Lavras (UFLA),  conquistou o prêmio "Mulheres Inspiradoras na Ciência", categoria Science Outreach, concedido pela editora britânica Nature. A iniciativa foi reconhecida pelo trabalho desenvolvido na sistematização de dados e na luta pela implantação de políticas de apoio às mães na academia. Esta é a primeira vez que o prêmio é concedido a um grupo brasileiro.

As professoras do Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas da ������Ƶ(ICET/UFLA) e embaixadoras do movimento na Universidade, Amanda Castro e Evelise Freire, comemoram mais essa recente conquista. "Este tem sido um ano importantíssimo para o reconhecimento dos impactos da parentalidade na carreira de cientistas. A partir de maio, conquistamos o campo "licença-maternidade" no Currículo Lattes; com o programa Amanhã, foi possível apoiar 29 mães com auxílio financeiro para que  permanecessem em suas pós-graduações, e agora veio o tão desejado reconhecimento internacional da revista Nature. Definitivamente, a questão da parentalidade deixou de ser uma questão secundária", destacam. 

O Parent in Science surgiu em 2016, com a missão de mudar a forma como a parentalidade, e mais especificamente a maternidade, é percebida na área acadêmica, lutando por um ambiente científico mais igualitário, diverso e justo. Com um núcleo central formado por 17 pesquisadoras, em 2019 o movimento se expandiu com a seleção de 72 embaixadoras de diversas universidades brasileiras. 

Entre as ações do movimento, destaca-se a campanha #maternidadenoLattes, que ganhou força nas redes sociais e na grande mídia, juntamente com uma carta assinada por diferentes sociedades científicas brasileiras em junho de 2018. Em abril de 2021, após quase três anos de negociações, o CNPq incluiu oficialmente a aba “Licenças” nos currículos Lattes, nos quais pode ser acrescentada a informação da licença-maternidade.

O movimento também já realizou pesquisas que demonstraram os impactos da maternidade na carreira das cientistas no Brasil, além de incentivar o desenvolvimento de políticas de apoio às mães cientistas, levando em consideração a intersecção com raça e todos os demais aspectos que impactam a maternidade.

Com a premiação, o movimento ganhou US$ 40 mil, além do convite para apresentações e mentorias na empresa Estée Lauder, parceira da editora Nature no prêmio.

No Brasil, a responsabilidade pelo cuidado com os filhos recai majoritariamente sobre os ombros da mãe. E essa divisão desigual sobre o que a mulher pode e deve fazer é um dos entraves para o desenvolvimento de sua carreira, inclusive na docência e na ciência. Para ajudar a combater esse desequilíbrio, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) disponibiliza, a partir desta quinta-feira (15/4), um campo específico no Currículo Lattes para pesquisadoras mães indicarem o período no qual usufruíram da licença-maternidade ou adotante. A decisão atende a uma reivindicação do Movimento Parent in Science, que possui duas embaixadoras da UFLA.

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Há mais de 150 anos, o Brasil é considerado o maior produtor mundial de café, porém a atividade é considerada predominantemente masculina. Embora ainda muito anônimas, as mulheres desempenham diversos papéis em toda a cadeia produtiva da cafeicultura, uma das atividades econômicas mais importantes  do estado de Minas Gerais.Em parceria com a International Women’s Coffee Alliance (IWCA), uma pesquisa do Programa de Pós-graduação em Administração, da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas identificou  o perfil socioeconômico das mulheres que participam da IWCA Mantiqueira e quais são algumas das motivações que as levam a integrar essa rede, observando as contribuições que a IWCA proporcionou a essas mulheres. A intenção do estudo ainda em andamento é dar mais visibilidade às mulheres do café, além de fornecer dados importantes para futuras pesquisas sobre o papel das mulheres na cafeicultura, principalmente na região do Sul de Minas Gerais.

Nos estágios iniciais da vida acadêmica, o percentual  de mulheres supera o de homens na Universidade Federal de Lavras (UFLA). Elas representam 62% de bolsistas de iniciação científica e 58% de estudantes da pós-graduação. Mas os percentuais caem expressivamente quando são observados os dados referentes a projetos de pesquisa registrados na Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP) e bolsistas de produtividade: nesses patamares mais avançados da carreira acadêmica, as mulheres são, respectivamente, 36%  e 17%.

Os dados acompanham a tendência observada em âmbito nacional. De acordo com a Capes, em 2020 as mulheres respondiam por 53% das matrículas da pós-graduação stricto sensu no Brasil. Por outro lado, representavam apenas 33% do total de bolsistas de Produtividade em Pesquisa, segundo o CNPq. Por sua vez, a participação feminina na Academia Brasileira de Ciências, cuja candidatura de membros ocorre pela indicação por pesquisadores de sua diretoria, é de apenas 17%.

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